Hoje, uma cliente comentou comigo como era ruim gastar dinheiro com advogado no momento da separação.
Recentemente, com o meu casamento, eu me dei mais conta disso. Como é gostoso gastar com coisas boas! Uma grande viagem, uma festa, casa nova, carro novo, um berço, presentes, roupa nova, sapatos (aai, os sapatos!)…
E, para ajudar a fechar o raciocínio, bati o carro na semana passada, só para lembrar como é chato gastar com imprevistos ou coisas indesejadas: uma batida de carro, um vazamento (também tive!), doença, divórcio…
Eu dei toda a razão para a minha cliente.
Às vezes, eu penso na loucura que é a gente escolher trabalhar com o sofrimento. Outro dia, conversei muito com uma amiga minha, médica, que também fez essa escolha doida. Ela escolheu se especializar em pacientes terminais. Como é louco isso, né? Por que escolhemos isso, e, pior, por que AMAMOS o nosso trabalho e nossos olhos brilham quando falamos dele?
Minha amiga, como eu, não escolheu por acaso. O pai dela faleceu de câncer. Os meus pais se separaram quando eu tinha 5 anos. O nosso amor, a nossa alegria é fazer melhor do que fizeram com eles. É reescrever a nossa história, ajudando os outros a terem finais mais felizes.
É horrível cobrar de alguém que está sofrendo.
Mas é o mundo em que vivemos. Precisamos do dinheiro. E eu tenho muita felicidade em ganhar dinheiro para também construir a minha história, cuidar da minha família. Mas a minha felicidade maior é poder ajudar uma pessoa, uma família a recomeçar.
As pessoas não me guardam no coração. O momento que eu divido com elas é um momento que elas querem esquecer.
Mas a vida delas segue, elas me esquecem, a felicidade volta, os gastos gostosos, e eu guardo no coração a alegria de ter ajudado alguém com muito amor, a fazer da melhor forma que poderia ter feito naquele momento.
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