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Desenhando as Práticas Colaborativas

 

Explicar as Práticas Colaborativas, algo tão novo no Brasil e tão diferente do que conhecemos, não é uma tarefa muito fácil. E eu peço que meus clientes me digam se eu fui clara, se os materiais que eu forneci deixaram tudo bem explicadinho…
Hoje uma cliente me disse que não estava muito bem explicado, não. E me pediu para “desenhar”, esquematizar… Ela queria uma coisa mais palpável. Como ia ser o processo, passo a passo?
Ao invés de insistir na subjetividade de dizer que não tem um processo fechado, que vamos seguir as necessidades de cada casal e tal, achei muito justo o pedido dela e adorei a ideia de desenhar. Então achei que a melhor forma de desenhar um processo colaborativo era num calendário. Criei uma família e algumas situações fictícias e voilà!
É logico que cada separação é uma separação; cada família é uma família… Algumas vão precisar de mais tempo entre as reuniões, para digerir os assuntos, ou simplesmente porque a vida é corrida ou porque surgiu uma viagem no meio do caminho. Outros podem até repensar o divórcio no meio do processo e precisar de umas sessões a mais com os coaches para primeiro resolver se a separação é mesmo a saída. Alguns não têm filhos; outros têm mais de um filho, e vão precisar de sessões da coach dos filhos com cada um deles. Alguns filhos já sabem expressar melhor seus sentimentos e podem estar precisando de uma atenção maior, talvez três sessões com a coach e depois ser encaminhados para uma terapia (fora do processo colaborativo). Alguns filhos são bebês e talvez só os pais devam conversar com a coach dos filhos.
Existem casais que têm patrimônios complexos e podem precisar de quatro, cinco sessões com o Neutro Financeiro e também talvez um encaminhamento… Existem casais que já têm vários aspectos da separação bem resolvidos entre eles e precisam alinhar apenas poucas coisas. A separação em si, já está bem clara e digerida para os dois. Talvez com três sessões com os coaches tudo esteja muito bem pensado e estruturado!
Também acontece com muitos clientes de iniciarem o processo pelos coaches. Às vezes, ao invés de procurar um advogado, a pessoa procurou uma orientação, e acabou chegando a um coach colaborativo. Ou procurou um mediador, que por coincidência era coach colaborativo também, e pode ter explicado que também existe um outro caminho chamado práticas colaborativas… Ou o próprio advogado, conhecendo o trabalho, pode ter recomendado que o cliente começasse conversando com um coach, para colocar as ideias no lugar.
Enfim, certamente, o meu “desenho” não é o único possível. Mas eu acredito que estava mesmo faltando desenhar. Espero que ajude um pouco mais a entender um processo de Divórcio Colaborativo!
Antes de apresentar a minha obra de arte, também gostaria de esclarecer dois pontos: um deles é que muitas das reuniões podem ser realizadas à distância conforme a viabilidade para os envolvidos e como se sintam mais confortáveis: teleconferências são muito úteis e telefonemas ou mesmo e-mails podem resolver muitos aspectos menores.
Outro ponto é que, ao apreciar a minha obra, você deve imaginar que, no meio daquele calendário de Divórcio Colaborativo, a vida continua. A semana inclui trabalho dos clientes, o dia a dia das crianças e adolescentes, mas, principalmente, a separação de verdade que está acontecendo. No meio daquelas reuniões, as pessoas estão mudando de casa, dividindo panelas, chorando, brigando, contando para os filhos sobre a separação, fazendo suas terapias, aceitando a separação, tendo raiva e medo, adaptando-se às mudanças, TESTANDO… E a equipe estará lá para isso.
Talvez um casal que se separa não saiba o presente que é poder fazer testes durante a sua separação, poder criar soluções sem medo, ter apoio especializado e cuidadoso. Mas acreditem, é grandioso esse trabalho.

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